Operação policial deflagrada no Rio foi antecedida por investigação que durou mais de um ano

  • 28/10/2025
(Foto: Reprodução)
Operação policial, no Rio, foi resultado de investigação que durou mais de um ano A operação policial deflagrada nesta terça-feira (28), no Rio de Janeiro, foi antecedida por uma investigação que durou mais de um ano. As investigações que levaram à operação desta terça-feira (28) identificaram 94 bandidos do Comando Vermelho que estariam escondidos nos complexos do Alemão e da Penha. Acusados de assassinatos, tráfico de drogas, roubos de carros, entre outros crimes, que, segundo a polícia, usam o local para se esconder. As 27 favelas dos dois complexos, na Zona Norte do Rio, ficam próximas a duas importantes vias da cidade: a Linha Vermelha, que liga o Centro à Baixada Fluminense e dá acesso ao Aeroporto Internacional do Galeão, e a Linha Amarela, que liga a Barra da Tijuca à Ilha do Governador. O Alemão e a Penha ficam localizados em áreas montanhosas da cidade, cercados por matas, o que facilita a fuga de bandidos. A polícia afirma que as ordens para a tomada de territórios no estado passam por dois chefes da facção: Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que cumpre pena em um presídio federal; e Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso. Ele está solto e tem 269 anotações criminais e 26 mandados de prisão abertos. Nesta terça-feira (28), o Disque-Denúncia aumentou de R$ 1 mil para R$ 100 mil a recompensa por informações que levem à prisão dele. Esse valor só tinha sido oferecido uma vez, por informações que levassem ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Nos últimos quatro anos, só o traficante Doca comandou a expansão do Comando Vermelho para quase 50 áreas entre bairros e favelas da capital e da Baixada Fluminense. Entre estes locais, a chamada Grande Jacarepaguá - 16 bairros na Zona Sudoeste que, em três anos, foram dominados pela quadrilha. São localidades que ficam entre duas grandes florestas: da Tijuca e do Parque da Pedra Branca - próximo às orlas da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes. Operação policial deflagrada no Rio foi antecedida por investigação que durou mais de um ano Jornal Nacional/ Reprodução Uma guerra que deixou muitas mortes. Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio mostram que, nos três primeiros anos da expansão nesses 16 bairros, foram registrados 833 assassinatos. Segundo a polícia, a maior parte deles decorrente da disputa entre o Comando Vermelho e grupos rivais. Os investigadores também mostraram como a quadrilha impõe castigo a moradores, como uma mulher, que teria brigado em um baile funk e foi colocada em uma banheira de gelo, por horas, como castigo. Essa expansão do Comando Vermelho vai muito além do Rio. O último levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senapen) mostra que a quadrilha já está em 24 estados do Brasil e no Distrito Federal. É uma espécie de intercâmbio do crime. Na operação desta terça-feira (28), 30 alvos eram bandidos de outros estados, entre eles, chefes do Comando Vermelho da Bahia, Ceará, Pernambuco, Espírito Santo, Rondônia, Amazonas e Pará. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, atribuiu o crescimento do Comando Vermelho à ADPF 635, que restringia operações policiais em comunidades do Rio: “Depois de cinco anos de ADPF, muitas barricadas, muita dificuldade para polícia entrar. Ainda assim, é o que nós chamamos de filhotes dessa DPF maldita”. Em junho de 2020, por causa do aumento da letalidade policial, o STF - Supremo Tribunal Federal determinou que só fossem feitas operações em comunidades do Rio em casos excepcionais e estipulou regras, como proibição do uso de escolas e unidades de saúde como base policiais durante as ações. E propôs um plano, se comprometendo a rever as práticas em operações. O STF aceitou o plano, mas impôs condições. Entre elas, que o governo do Rio apresentasse uma proposta de reocupação dos territórios dominados pelo crime organizado. O governo cumpriu parte dessas determinações e, no último dia 15, sinalizou ao STF que pretende retomar o controle da Grande Jacarepaguá, na Zona Sudoeste da cidade. Durante a operação desta terça-feira (28), Cláudio Castro disse que é preciso integração com o governo federal: “O Supremo Tribunal Federal falou, em uma decisão - a primeira da história conjunta dos 11 ministros - que esse financiamento e essa integração têm que acontecer. Eu prefiro ser otimista e acreditar que, já que não por vontade própria, por imposição do Supremo Tribunal Federal, essa integração acontecerá por livre e espontânea pressão”. Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro Jornal Nacional/ Reprodução O governador também reclamou que não foi atendido em um pedido feito às Forças Armadas para usar os blindados em outras ações no Rio de Janeiro: “Infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana, realmente nós deveríamos ter um apoio muito maior. Talvez, até mesmo, nesse momento, até de Forças Armadas porque essa é uma luta que já extrapolou toda ideia de segurança pública. Por isso, essa integração é tão importante. Isso aqui não é uma briga política. Na verdade, é um clamor por ajuda. As forças de segurança do Rio de Janeiro estão sozinhas”. 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FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/10/28/operacao-policial-deflagrada-no-rio-foi-antecedida-por-investigacao-que-durou-mais-de-um-ano.ghtml


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